Mas, afinal, quantos de vocês é que sabiam que hoje se celebra o dia de São Martinho? Não se preocupem que nem eu, até há pouco, me lembrava de tal. O problema é que uma pessoa com estes esquecimentos fica a pensar: O que é que aconteceu para até as datas (minimamente) comemorativas esquecermos? Eu respondo: crescemos.
Agora a sério, acompanhem o meu raciocínio. Lembro-me de ser dia 11 de novembro de anos em que ainda não tinha mais de duas mãos de idade e reunia-se a família para celebrarmos esta data. Era como um Natal antecipado, mas só que no prato era carne e não bacalhau. Nas ruas cheirava a frio, já se usavam cachecóis, alguns até luvas e gorros, e à volta as árvores desfloravam em tons vermelhos. Não é que agora seja diferente, atenção. Antes, apenas, reparava e lembro-me de vagos momentos.
Lembranças do Magusto. Entrar na casa da minha tia e cheirar a queimado, mas um queimado bom. O jantar pronto a ser servido, música de fundo e muita, muita conversa. Podemos até voltar uns anos atrás: na primária desenhávamos castanhas e coloríamos com bocados de folhas que já tinham tido o seu fim. Não posso ser a única que me lembro!
Hoje estou em casa e a família não se reuniu. Não porque estamos no meio de uma pandemia, essa não é a justificação válida, não para este texto pelo menos. Hoje celebra-se a normalidade de mais um dia no meio da semana. Há 4 ou 5 anos que já é assim. Crescemos e não reparamos que há pequenos momentos que antes cumpríamos religiosamente e que agora até se varrem da mente, e a data de hoje engloba-se nesta lista.
Por isso, em homenagem a outros (belos) tempos, façam magusto e comam umas castanhitas ou, se já comeram ou não gostam, bebam vinho. Eu vou agora, que a fornada acabou de sair do forno.