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Foto do escritorJornal Ângulo

Como funciona a eleição nos Estados Unidos?

Atualizado: 1 de nov. de 2020


Fonte: REUTERS

Falta pouco para as eleições americanas – na realidade, muitos eleitores já enfrentaram filas ou enviaram um envelope pelo correio no objetivo de adiantar o seu voto, e somam mais da metade dos votos totais antecipados de 2016. Mas, para entender melhor quais serão os próximos passos para que a eleição se concretize, é necessário entender também como funciona o sistema eleitoral americano.


Em terras norte-americanas, um candidato pode ter a maioria de votos e mesmo assim não ser eleito. Trump venceu as eleições de 2016 com 3 milhões de votos populares a menos do que a candidata Hillary Clinton. E não foi o único: a eleição de George Bush em 2000, por exemplo, também não contou com a maioria do voto popular. É uma informação que pode soar contraditória, se não atentarmos para as peculiaridades do contexto, porque parece-nos lógico que os sistemas eleitorais funcionem a partir da eleição de quem é mais votado, mas não é assim em todos os países.


Os americanos adotaram um sistema denominado Colégio Eleitoral. O voto não é obrigatório nos Estados Unidos, mas, quando os cidadãos querem exercer seu direito, não vão votar diretamente no candidato escolhido, mas sim dar o voto aos representantes/delegados de cada Estado, e estes irão compor o Colégio Eleitoral, que escolherá o próximo presidente.


Os representantes refletem a vontade do seu Estado, mas isso não ocorre proporcionalmente. O sistema é conhecido como “Winner takes all” (o vencedor leva tudo, numa tradução livre) e aplica-se a todos os estados, com duas exceções: Maine e Nebraska, que dividem os seus representantes de acordo com a percentagem dos votos populares.


Por exemplo: se Donald Trump tiver a maioria de votos na Califórnia, ele tem direito a todos os votos do estado no Colégio Eleitoral, que, no caso dessa unidade federativa, tem direito a 55 representantes. Quando mais populoso é o estado, maior o número de representantes. O Kansas, por exemplo, tem apenas 6 delegados. O sistema faz com que os estados mais populosos tenham maior poder decisório. Isso explica por que Flórida, Texas e Califórnia são estados tão olhados pelos candidatos: eles têm, juntos, 133 delegados.


O Colégio Eleitoral totaliza 538 representantes e o candidato precisa de no mínimo 270 votos para ser eleito. Seria natural pensar que a decisão mais acertada é garantir os estados maiores, mas, sendo a tradição do bipartidarismo tão afincada nos Estados Unidos, há muitos estados que já são democratas e republicanos costumeiramente. Dessa forma, os “swing states”, em que a disputa é indefinida até que culmine, costumam ser os estados decisivos. Entre estes tais estados, estão Ohio, Flórida e a Pensilvânia.


Inclusive, de acordo com pesquisas recentes, o cenário de disputa mais acirrada neste final de eleição está nos importantes "swing states": Flórida e Pensilvânia. As pesquisas nacionais do site RealClearPolitics apontam uma queda na diferença entre o republicano Trump e Joe Biden - o democrata estava com vantagem de 11 pontos, tendo caído agora para 7,1.


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