O Ângulo esteve à conversa com Iúri Leitão, ciclista de 22 anos, que alcançou o título de campeão europeu na segunda jornada dos Europeus de ciclismo de pista. Na mesma prova, que decorreu entre os dias 11 e 15 de novembro de 2020, o jovem natural de Viana do Castelo trouxe ainda um 2º ('scratch') e 3º ('omnium') lugares.
Como foi representar Portugal no Campeonato Europeu?
Representar Portugal é sempre motivo de grande orgulho para mim. Nestes campeonatos europeus não foi diferente. Sempre que partimos para provas internacionais, levamos a responsabilidade de carregarmos o nome do nosso país e isso dá-nos mais motivação para darmos o melhor de nós.
Enquanto equipa, puxaram uns pelos os outros?
Sim, temos um grupo de trabalho muito coeso na seleção nacional de ciclismo de pista, trabalhamos todos para um só objetivo . Tanto nas provas como fora delas somos como uma família. Sofremos todos quando corre menos bem e celebramos quando tudo sai como projetamos. Acho que o mais importante é o nosso sentido de grupo, mesmo quando o cenário nos é menos favorável, contamos sempre com o apoio e motivação dos nossos colegas, mesmo dos que podem não estar presentes na competição que estivermos. Sabemos que podemos sempre contar com os nossos companheiros. Não posso deixar de falar do staff que funciona exatamente da mesma forma. Vejo muitos outros exemplos em que o staff não tem muito contacto com os atletas, mas no nosso caso temos a sorte de ter pessoas que realmente se importam connosco.
"Somos como uma família. Sofremos todos quando corre menos bem e celebramos quando tudo sai como projetamos"
Como foi sair do Campeonato com três prêmios, sendo um deles o 1º lugar?
Bom, sair de uma prova da dimensão de um Campeonato da Europa com 3 medalhas é algo que não sei explicar muito bem. São tantos meses de preparação para uma prova que dura menos de uma semana que nem parece muito real. Passa tudo demasiado rápido para termos bem a noção daquilo que está a acontecer. Até hoje estou a tentar habituar-me à ideia de que sou Campeão Europeu.
Sente que a boa prestação da seleção abriu portas ou, pelo menos, mais reconhecimento à modalidade de ciclismo?
Sem dúvida! Penso que o ciclismo é uma modalidade em crescendo em Portugal. Os resultados que alcançamos este ano nas mais variadas vertentes do ciclismo não foram indiferentes a quem gosta de desporto. Em 2020 alcançamos feitos inéditos para o nosso país e isso faz com o ciclismo tenha mais reconhecimento. As pessoas não ficam indiferentes a momentos históricos como os que vivemos este ano.
"Em 2020 alcançamos feitos inéditos para o nosso país e isso faz com o ciclismo tenha mais reconhecimento".
Quais são os seus maiores objetivos para 2021?
Bom, para 2021 os objetivos passam basicamente pelo mesmo dos outros anos, dar o melhor de mim e trabalhar da melhor forma possível para poder ajudar a minha equipa, cumprindo o meu papel como me for pedido e levar o nome de Portugal na pista o melhor possível em todas as provas em que participe.
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